Trabalho
de investigação realizado na disciplina de geografia económica para avaliação
sob a orientação do professor Tsambe.
Introdução
Este
trabalho faz parte da disciplina de geografia económica. Com o tema: pirâmides
etárias, teorias da população e políticas demográficas.
Após
a introdução, o trabalho inicia com a noção dos conceitos sobre religião,
aborto e gravidezes que constituem elementos importantes na teoria da população
e políticas demográficas.
Segue-se
depois dos conceitos acima enunciados o estudo das políticas demográficas e das
teorias da população segundo vários autores.
E
por fim versarei acerca dos indicadores demográficos, onde detalhadamente irei
conceituar cada indicador demográfico bem como o conceito indicador
demográfico.
E
vou terminar o trabalho com uma conclusão em relação ao trabalho e a minha
posição em relação a política demográfica adoptada pelo nosso país e uma
bibliografia.
Espero
que o presente trabalho possa constituir um contributo importante para a
aprendizagem da disciplina de geografia económica e que tenha conseguido
responder a solicitação do professor.
Aborto
Aborto
Conceito
Ø O
aborto é a morte de uma criança no ventre de sua mãe produzida durante qualquer
momento da etapa que vai desde a fecundação (união do óvulo com o espermatozóide)
até o momento prévio ao nascimento
Ø Denomina-se
aborto a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero,
resultando na sua morte ou sendo por esta causada.
Classificação
Ø Aborto
espontâneo
Fala-se
de aborto espontâneo quando a morte é produto de alguma anomalia ou disfunção
não prevista nem desejada pela mãe.
Ø Aborto
induzido
Este
é provocado (que é o que costuma ser entendido quando se fala simplesmente de
aborto) quando a morte do ´´bebé´´ é procurada de qualquer maneira: doméstica,
química ou cirúrgica.
A
ética deste tipo de abortamento é fortemente contestada em muitos países do
mundo mas é reconhecida como uma prática legal em outros locais do mundo, sendo
inclusive em alguns totalmente coberta pelo sistema público de saúde. Os dois
polos desta discussão passam por definir quando o feto ou embrião se torna
humano ou vivo (se na concepção, no nascimento ou em um ponto intermediário) e
na primazia do direito da mulher grávida sobre o direito do feto ou embrião.
Importante
salientar que esta prática desempenha um papel importante nos países que
adoptaram a política ante natalista.
Religião
Conceito
Ø Religião
é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que
estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus
próprios valores morais.
Ø Religião
é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado. É um culto que aproxima
o homem das entidades a quem são atribuídas poderes sobrenaturais. É uma crença
em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para
superar o sofrimento e alcançar a felicidade.
A
religião não é apenas um fenómeno individual, mas também um fenómeno social. A
ideia de religião com muita frequência contempla a existência de seres
superiores que teriam influência ou poder de determinação no destino humano.
Esses seres são principalmente deuses, que ficam no topo de um sistema que pode
incluir várias categorias: anjos, demónios, elementais, semideuses, etc.
Outras
definições mais amplas de religião dispensam a ideia de divindades e focalizam
os papéis de desenvolvimento de valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo
em uma comunidade.
Ateísmo
é a ausência de crença em qualquer tipo de deus, muitas vezes se contrapondo às
religiões teístas. Agnosticismo é a postura filosófica que afirma ser
impossível saber racionalmente sobre a existência ou inexistência de deuses e
sobre a veracidade de qualquer religião teísta, por falta de provas favoráveis
ou contrárias. Deísmo é a crença na existência de um Deus criador, mas
questiona a ideia de revelação divina.
Gravidezes
A
gravidez pode ser definida como o período que vai da concepção ao nascimento de
um indivíduo.
Entre
os animais irracionais trata-se de um processo puro e simples de reprodução da
espécie. Entre os seres humanos essa experiência adquire um carácter social, ou
seja, pode possuir significados diferenciados para cada povo, cada cultura,
cada faixa etária.
Em
alguns países como a China, que não possui mais capacidade territorial para
absorver um número elevado de indivíduos a maternidade é controlada pelo
governo e cada casal só pode ter um filho. Em outras culturas como em tribos
indígenas e alguns países africanos, gravidez é sinónimo de saúde, riqueza e
prosperidade.
Pirâmide etária
Conceito
Ø Pirâmide
etária também denominado estrutura etária de uma população é a sua composição
por idades.
Ø Ela
compreende a repartição da população por idades e por sexo.
Ø É
denominada pirâmide populacional ou etária um determinado gráfico no formato de
barras, utilizado para representar a diferença quantitativa da estrutura de género
de determinada população em masculina e feminina combinada com suas respectivas
faixas etárias. Em outras palavras, o gráfico em formato de pirâmide analisa
diversas variáveis de um conjunto populacional a partir da idade e sexo.
Importância
A
pirâmide etária é importante porque com ela podemos descrever com nitidez a
história demográfica de um país, até mesmo de uma região.
Encontramos
ainda a sua importância na previsão e planeamento de serviços desempenha um
papel muito importante pois esta aponta ainda a tendência do tipo de
crescimento que experimenta determinada população em determinado período. Para
a administração pública, por exemplo, a elaboração da pirâmide populacional
ajuda a canalizar os recursos disponíveis: se a pirâmide aponta aumento no
número de jovens, os investimentos terão maior eficácia caso sejam
direccionados a tal grupo. Caso a pirâmide mostre um envelhecimento da
população, certamente a natureza dos investimentos serão bem diversos da
situação anterior, pois estes últimos por exemplo, a população envelhecida,
constituem encargos sociais.
Tipos
A
pirâmide estaria da população classifica-se da seguinte maneira:
Ø População
jovem
Ø População
envelhecida
Ø População
madura ou adulta
E
em algumas doutrinas adicionam a estas três ultimas á:
Ø População
rejuvenescida
Características
População jovem
Na
pirâmide etária da população jovem, a proporção de jovens é relativamente
elevada (geralmente superior a 30% da população total e a dos idosos
relativamente baixa, menos de 10%).
Possui
uma base larga, resultado de elevada natalidade e um topo estreito em
consequência de uma elevada mortalidade e uma esperança média de vida reduzida.
Tal tipo de pirâmide representa uma população muito jovem, típica de países
menos desenvolvidos.
População envelhecida
Neste
tipo, a proporção de jovens é relativamente baixa (geralmente inferior a 25%),
enquanto a dos idosos é superior a 10%.
Sua
base é mais estreita do que a classe dos adultos, e reflecte diminuição da
natalidade e um aumento da esperança média de vida. É representativa de países
desenvolvidos.
População madura ou adulta
Entre
dois tipos de estrutura atrás referidos existem, habitualmente, situações
intermédias, correspondentes a população que tende, em regra, para o
envelhecimento.
É
característica dos países que conhecem um desenvolvimento socioeconómico mais
ou menos sensível, com reflexos no progressivo decréscimo da taxa de natalidade
e da elevação da esperança média de vida.
População rejuvenescida
Reflecte
uma recuperação do grupo dos jovens, consequência do aumento da fecundidade.
Políticas demográficas
Conceito
Ø É
o conjunto de medidas que as entidades governamentais tomam, visando modificar
a estrutura etária de uma população face aos problemas que esta enfrenta.
E
classificam-se em: natalistas, neutras e ante natalistas.
Política natalista
A
política natalista visa o aumento da taxa de natalidade. As medidas para o
aumento da taxa de natalidade podem ser directas ou indirectas.
Abaixo
descrevo as possíveis as ares de possível intervenção visando valer esta
política:
Ø Criação
de creches, parques de diversão, infantários, jardins, escolas, etc.
Ø Área
de legislação, por exemplo, a proibição do aborto, da esterilização masculina e
feminina, proibição de campanhas de planeamento familiar.
Ø Área
laboral, facilitando horários e condições especiais para mulheres grávidas ou
com filhos, aumento de licença de parto.
Ø Área
do apoio a maternidade, serviço gratuito de assistência medica pré e pós-parto,
consultas gratuitas no campo de medicina materna e infantil, patrocínio
financeiro a famílias e ao aleitamento.
Ø Área
de benefícios fiscais, redução de impostos a famílias numerosas.
Política ante natalista
Esta
política é antagónica a política natalista, esta política visa a diminuição da
taxa de natalidade.
Esta
política privilegia os seguintes aspectos:
Ø Aumento
da idade de casamento.
Ø Subsidio
a famílias com menos filhos.
Ø Dar
prioridade no emprego, habitação e educação as famílias menos numerosas.
Ø Aumento
de impostos a famílias com muitos filhos.
Ø Maiores
custos com a maternidade e educação por cada filho adicional.
Ø Divulgação
dos métodos de planeamento familiar.
Ø Legalização
dos abortos.
Ø Imposição
de esterilização.
Ø Penalização
das famílias numerosas, nos impostos, na habitação, no acesso a educação, penas
de prisão, etc.
Teorias da população
Segundo Malthus
A
teoria da população segundo Malthus, conhecida como a doutrina fatalista.
Thomas Robert Malthus, economista inglês, defendeu esta teoria e representada
pela Escola Liberal, que se contrapunha ao crescimento da população, segundo
esta era desvantajoso.
Segundo
esta teoria a pobreza, guerra, fome, miséria, as doenças, a degradação dos
recursos naturais, poluição, entre outros, são a consequência do elevado
crescimento demográfico.
Esta
teoria sistematiza-se em três eixos fundamentais:
1º
Eixo: o autor distingui duas leis, a lei da população que cresce em progressão
geométrica, 2,4,8,16,32,64,128…, a da subsistência, que cresce em progressão
aritmética, 1,2,3,4,5,6,7,8,…. Segundo esta teoria, quando a população não é
controlada, ela tem tendência para duplicar todos os 25 anos, crescendo de
período em período, enquanto a produção dos meios de subsistência crescia em
PA, isto é, tenderia a decrescer. Conduzindo este desequilíbrio a catástrofes
bem conhecidas, fome, epidemias, guerras, etc.
2º
Eixo: o autor admite que o aborto, infanticídio, métodos anticoncepcionais e a
miséria, maus climas, trabalhos penosos e guerra como factores positivos para
redução do crescimento populacional.
3º
Eixo: remédios, Malthus afirma que a obrigação moral ou sujeição moral
constitui um meio por excelência que pode resolver o problema do crescimento
populacional, sem afectar, contudo, a felicidade moral e material.
Para
evitar estes flagelos, Malthus preconizou então uma limitação voluntária dos
nascimentos, principalmente através da elevação da idade do casamento,
defendendo ainda que os casais deviam ter um numero de filhos de acordo com as
suas possibilidades económicas.
Esta
teoria sofreu varias criticas, e a história encarregou-se de desmantelar as
suas profecias. Malthus foi ainda criticado pela igreja católica, por
considerar a contenção dos nascimentos, uma vez que a religião católica defende
que ´´ não há união sexual sem desejo de procriação ´´, e criticado
implacavelmente com base nas afirmações de que Deus abençoou o Homem para se
multiplicar, encher e povoar o mundo de acordo com o livro bíblico de géneses.
Segundo Cantillow
Em
sua obra ´´ensaios sobre o comercio´´. Cantillow afirmou que entre o
contingente populacional duma região e o conjunto dos seus meios subsistência
deve-se estabelecer um equilíbrio de acordo com o género de vida da população.
Assim, ela pressupõe que as pessoas só deviam contrair matrimónio que tivesse
condições para tal.
Esta
teoria muitas vezes criticada na medida em que de acordo com alguns autores
encontra os seus alicerces em concepções materialistas, o mesmo mentalismo que
mais tarde viria a dar origem ao capitalismo comercial e financeiro.
Segundo Towsend
De
acordo com este autor, para resolver o problema do rápido crescimento
populacional, dever-se-ia utilizar um esquema cíclico:´´… se ocorrer um aumento
populacional numa determinada área, isso trará como consequência a redução do
salário, reduzindo o poder de compra das populações e isso influirá na sua
mortalidade que causara o retorno ao equilíbrio inicial.´´
Segundo Godwin
Jornalista,
novelista e filósofo político. Entre os pensadores que apontaram possíveis
causas para os males que tornavam dramática a situação dos trabalhadores,
surgiu William Godwin (1756-1836), que em 1792, publicou o livro «inquérito
sobre a justiça política». Godwin foi partidário do anarquismo filosófico e
acreditava que a principal causa de todos problemas sociais residia na
prosperidade privada.
Acreditava,
ainda ser possível ao homem evoluir até um estado de perfeição quando os homens
se convencessem de que o sentido moral da vida seria o único que importaria na
organização da sociedade.
Indicadores
demográficos
Os
principais indicadores demográficos são o crescimento vegetativo e a imigração.
Por meio desses indicadores, é possível observar a dinâmica de uma população:
se ela cresceu ou não, quantas pessoas nasceram e quantas morreram no período em
estudo, quantas deixaram o lugar, quantas. Chegaram, etc.
Natalidade:
Nº total de nascimentos ocorridos numa dada região, num determinado período de
tempo.
Mortalidade:
Nº total de óbitos ocorridos numa dada região, num determinado período de
tempo.
Crescimento
Natural ou Saldo Fisiológico: Diferença entre a natalidade e a mortalidade.
Calcula-se utilizando a seguinte fórmula: CN=N-M
A
variação da população depende do nº de nascimentos e do nº de óbitos:
Quando
a natalidade é inferior à mortalidade, o crescimento natural é positivo – a
população diminui (N <M);
Quando
a natalidade é superior à mortalidade, o crescimento natural é positivo – a
população aumenta (N> M);
Quando
a natalidade é igual à mortalidade, o crescimento natural é nulo – a população
mantém-se (N=M).
Taxa
de natalidade: Nº anual de nascimentos por cada 1000 habitantes. Calcula-se
utilizando a seguinte fórmula: TN= natalidade x 1000 =…% o
População
total
Taxa
de mortalidade: Nº anual de óbitos por cada 1000 habitantes. Calcula-se
utilizando a seguinte fórmula: TM= mortalidade x 1000=…% o
População
total
Taxa
de Crescimento Natural: Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de
mortalidade. Calcula-se utilizando a seguinte fórmula: TCN=TN-TM
Saldo
Migratório: Diferença entre a Imigração (I) e a Emigração (E). Calcula-se
utilizando a seguinte fórmula: SM= I-E
Crescimento
Real ou Efectivo: Resulta da diferença entre a natalidade e a mortalidade (CN),
bem como a diferença entre a imigração e a emigração (SM): (Nat.-Mort.) + (Imig.-Emig.)
Esperança
média de vida: Nº de anos que, em média, uma pessoa terá probabilidade de
viver. As mulheres têm uma esperança média de vida geralmente superior à dos
homens.
Taxa
de mortalidade infantil: Nº de óbitos de crianças com menos de um ano por mil
nados-vivos. Calcula-se com a seguinte fórmula: TMI = Nº de óbitos <1 ano x
1000
Nº nados-vivos
Índice
sintético de fecundidade: Nº médio de filhos por mulher na idade fértil (15 –
49 anos).
Taxa
de fecundidade: É o número de nados-vivos, por cada mil mulheres, em idade
fértil, ocorridos durante um ano.
Índice
de renovação de gerações: Nº mínimo de filhos que, cada mulher deveria ter (2,1
filhos).
Conclusão
Findo
o trabalho pude entender que as políticas natalista e ante natalista, como o
nome sugere trata-se de politicas que os governos adoptam com o intuito de controlarem
o crescimento da população. A política natalista é aquela que esta a favor dos
nascimentos ao passo a política antinatalista é aquela que se opõe a natalidade
e por a neura é aquela em que os governos se baseiam na realidade actual ou
seja esta não esta a favor ou contra a natalidade, mas dependendo da situação
tomam as devidas medidas com vista a ajustar a população a realidade.
Tendo
me debruçado acerca das politicas demográficas, questionei-me e nos? Qual é a
política demográfica que adoptamos? Pelo que é a realidade e se observarmos: em
Moçambique e em especial o nosso governo tem feito esforços no sentido de
divulgar o planeamento familiar e tem financiado os métodos contraceptivos, e
como atrás estudamos este tipo de medidas são características da política ante
natalista. Dai que baseando me nesses pressupostos afirmo que Moçambique é um
pais ante natalista.
E
gostaria também de agradecer ao professor por ter nos proporcionado este
trabalho pois o mesmo permitiu me abrir novos horizontes na minha forma de
pensar e de agir.
E
a meu ver a melhor política é a neutra, pois os resultados desta variarão de
acordo com as circunstâncias de cada país, ou seja, os países que a adoptam não
intervém nas decisões de situação dinâmica populacional.
Referência bibliográfica
ü BANDEIRA,
Mário Leston. Demografia. Objectos,
teorias e métodos. Escolar editora. Lisboa-2004
ü Instituto
Comercial do Maputo. Geografia económica-
texto de apoio- técnicos aduaneiros- 2003/2004
ü MANSO,
Francisco Jorge; VICTOR, Ringo. Geografia
12 pré universitário. Longman Moçambique. 1ª Edição. Maputo-2010
ü NAZARETH,
J. Manuel. Demografia- a ciência da
população. Editorial presenças. 1ª Edição-Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário