quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ligas metalicas e metalurgia

Introdução
No presente trabalho pretendemos no âmbito da formação em perícia aduaneira falar das ligas metálicas e metalurgia. Pretendemos com esta matéria trazer ao conhecimento de todos o que são exactamente as ligas metálicas, falar da sua importância, suas propriedades e suas aplicações mas sem fugir do âmbito do nosso estudo.
Também pretendemos falar Da metalurgia, sua função, importância, sua evolução histórica e seus ramos, onde com este subtema pretendemos destacar as principais actividades da indústria metalúrgica.
Em primeiro lugar falaremos das ligas metálicas explicando cada parágrafo inerente as ligas metálicas, destacaremos em forma de quadro ou tabelas as principais ligas ou comuns, por último falaremos da metalurgia também explicando cada parágrafo inerente a metalurgia.



Metais industriais, ligas metálicas e metalurgia
Ligas metálicas
São compostos metálicos, de aparência homogénea, que se obtêm pelo arrefecimento de dois ou mais metais fundidos conjuntamente. No caso particular de se tratar do mercúrio, a liga chama se amálgama, e, se se trata de metais e de não metais, a mistura ainda se designa também por liga.
Preparação
As ligas metálicas podem ser obtidas por diversos processos:
Processos de fusão
Fundem-se quantidades adequadas dos componentes da liga, a fim de que estes se misturem perfeitamente no estado líquido. A fusão é feita em cadinhos de ferro, de aço ou de grafite, em fornos de revérbero ou em fornos eléctricos. A massa fundida, homogénea, é resfriada lentamente em formas apropriadas. São tomadas precauções especiais para evitar a separação dos componentes da liga durante o resfriamento, para evitar a oxidação dos metais fundidos, para minimizar as perdas dos componentes voláteis, etc.
Compressão
O processo de compressão consiste em submeterem-se misturas em proporções adequadas dos componentes a altíssimas pressões. Esse processo é de importância na preparação de ligas de alto ponto de fusão e àquelas cujos componentes são imiscíveis no estado líquido.
Processo Electrolítico
O processo electrolítico consiste na electrólise de uma mistura apropriada de sais, com o fim de se efectuar deposição simultânea de dois ou mais metais sobre cátodos.
Processo de Metalurgia Associada
O processo de metalurgia associada consiste na obtenção de uma liga constituída de dois ou mais metais, submetendo-se ao mesmo processo metalúrgico uma mistura de seus minérios.
De um modo geral, preparação de uma liga consiste em fundir os componentes que a constituem até formar uma massa homogénea que depois deixa-se arrefecer lentamente.



Propriedades
As propriedades das ligas dependem muito da sua composição, mas de um modo geral tem pontos de fusão mais baixos são mais resistentes a corrosão e podem submeter-se a moldagem e laminagem mais facilmente do que os seus componentes.
As ligas metálicas apresentam características diferentes dos metais puros e por isso podem ser utilizadas com maior vantagem em relação ao metal puro. As ligas de cobre e cromo por exemplo, são usadas em resistências eléctricas como a de chuveiro porque ocorre a diminuição da condutividade eléctrica, em outras ligas ocorre o aumento da resistência mecânica, a resistência a corrosão, a ductilidade etc.
Importância das ligas
Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção.
A indústria tem conseguido com as ligas autênticas maravilhas, pois obtêm-nas com propriedades que metal algum apresentaria em seu estado elementar.
 As indústrias automobilísticas, aeronáuticas, navais, bélicas e de construção civil são as principais responsáveis pelo consumo de metal em grande escala. São também representativos os sectores de electrónica e comunicações, cujo consumo de metal, apesar de quantitativamente inferior, tem importância capital para a economia contemporânea.

Classificação, características, composição e aplicação
As ligas dividem-se em dois grandes grupos:
ü  Ferrosas;
ü  Não-ferrosas.
 Entre as primeiras, mais importantes sob o ponto de vista do volume de produção e da diversidade de propriedades, figuram os diversos tipos de aço, enquanto as não-ferrosas se caracterizam por suas propriedades específicas, como leveza ou resistência à corrosão.
Ligas ferrosas
São ligas cujo constituinte principal é o ferro, Essas ligas são importantes como materiais de construção em engenharia. As ligas ferrosas são extremamente versáteis, no sentido em que elas podem ser adaptadas para possuir uma ampla variedade de propriedades mecânicas e físicas. A desvantagem dessas ligas é que elas são muito susceptíveis à corrosão. Nestas ligas figuram os diversos tipos de aços abaixo citados.
Aços: são ligas ferro-carbono que podem conter concentrações apreciáveis de outros elementos de liga. As propriedades mecânicas são dependentes do teor de carbono, e assim teremos a seguinte divisão:
ü  Aços com baixo teor de carbono;
ü  Aços com médio teor de carbono;
ü  Aços com alto teor de carbono.
Aços com baixo teor de carbono
Estas ligas contem geralmente menos que 0,25% de Carbono como consequência, essas ligas são moles e fracas, porém possuem uma ductilidade e uma tenacidade excepcionais; além disso, são usináveis soldáveis e, dentre todos os tipos de aço, são os mais baratos de serem produzidos. Aplicações típicas para este tipo de liga incluem os componentes de carcaças de automóveis e chapas usadas em tubulações, edificações e latas estanhadas.
Aços com médio teor de carbono
Estas ligas possuem concentrações de carbono aproximadamente de 0,25 e 0,60% de carbono. As maiores aplicações destas ligas se encontram em rodas de comboios, engrenagens, virabrequins e outras peças de alta resistência que exigem uma combinação de elevada resistência, resistência à abrasão e tenacidade.
Aços com alto teor de carbono
Estas ligas apresentam em média uma concentração de carbono e 0,60 a 1,4%. São mais duros, mais resistentes e menos dúcteis dentre todos os aços de carbono. Esses aços são usados geralmente como ferramentas de corte, bem como para a fabricação de facas, lâminas de serras para metais, molas e arames com alta resistência.
AÇOS ESPECIAIS
São aços que contêm outros metais que lhe foram adicionados intencionalmente com a finalidade de dar certas propriedades aos aços, por exemplo o aço inoxidável constituído por ferro, carbono, crómio e níquel. Porque lhes foram adicionados outros metais estes aços passam a ser inoxidáveis.
Tipos de aços fundidos:
ü  Cinzento: coloração escura, mais usado pela fácil fusão e moldagem, boa resistência mecânica, boa usinabilidade, boa resistência ao desgaste.
ü  Branco: coloração mais clara
ü  Mesclado: coloração mista entre branca e cinzenta.
ü  Maleável: obtido a partir de ferro fundido branco.
ü  Modular: material com boa condutibilidade.

Ligas não-ferrosas
Estas são ligas que não têm o ferro como constituinte principal, falamos precisamente de:
Ligas de cobre: As ligas de cobre mais comuns são os latões, onde o zinco, na forma de uma impureza substitucional, é o elemento de liga predominante. Ligas de cobre-zinco com concentrações aproximadamente de 35% de zinco são relativamente moles, dúcteis e facilmente submetidos à deformação plástica a frio.
Os bronzes são ligas de cobre com vários outros elementos, incluindo o estanho, alumínio, o silício e o níquel. Essas ligas são relativamente mais resistentes do que os latões, porém ainda possui um elevado nível de resistência a corrosão.
 Ligas de latão que possuem um maior teor de zinco são mais duras e mais resistentes.
Ligas de alumínio, que são caracterizadas por uma densidade relativamente baixa, condutividade eléctrica e térmica elevada, e uma resistência à corrosão em alguns ambientes comuns, com a atmosfera ambiente.
Liga de magnésio é caracterizada pela baixa densidade do magnésio que é a mais baixa dentre todos os metais estruturais; dessa forma suas ligas são usadas onde um peso leve é considerado importante, como por exemplo, em componentes de aeronave.














De forma resumida temos as seguintes tabelas abaixo ilustrando as ligas comuns:


Metalurgia
A maior parte dos metais que temos usado no nosso quotidiano provém do subsolo e não são encontrados no seu estado elementar, visto que são encontrados sob forma de minérios assim sendo, nasce a necessidade da existência de uma indústria metalúrgica que ira encarregar-se de obtê-los e submete-los a todos processos até estarem aptos a serem usados.
Metalurgia é a ciência que estuda a gerência dos metais desde sua extracção do subsolo até sua transformação em produtos adequados ao uso. Metalurgia designa um conjunto de procedimentos e técnicas para extracção, fabricação, fundição e tratamento dos metais e suas ligas.
Mas foi apenas a partir do século XVIII, após a revolução científica ocorrida no século anterior e a industrial, que a metalurgia tornou-se uma ciência e que os processos metalúrgicos passaram a ser estudados e explicados, colaborando na melhoria contínua das práticas utilizadas até então. A partir de então surge um novo ramo da metalurgia, a metalurgia física que tem como objetivo o estudo das características físicas dos materiais metálicos.
Um importante ramo da metalurgia, que embora já existisse, ganhou grandes proporções após o século XVIII, é a metalurgia extrativa que tem como foco de trabalho a obtenção de metais a partir de sucata ou minérios. Atualmente, cerca de 40% do aço produzido no mundo é obtido a partir da fusão da sucata.
Ao campo da metalurgia extrativa que trata da obtenção especificamente do ferro dá-se o nome de siderurgia, mas este conceito também se refere as demais etapas do processo de trabalho do ferro: a transformação, fundição e preparação, destacando-se a produção do aço (Fe-C).
Mais recentemente, o desenvolvimento de uma técnica de fabricação de peҫas através da utilização de pós metálicos deu origem ao surgimento de uma nova área de estudo na metalurgia: a metalurgia dos pós. A tecnologia desenvolvida na década de 70 para atender, principalmente, ao sector de informática, permite a fabricação de peças de alta precisão e complexidade.
Metalurgia dos pós
Com o objectivo de não disperdissar a materia prima, nesce este ramo da metalurgia, que consiste em produzir peças tendo como matéria-prima pó metálico ou não. Compactando-o e/ou modelando-o a mistura e aquecê-la (etapa chamada de sinterização), com o objectivo de melhorar a coesão da estrutura interna.
O processo de sinterização na metalurgia do pó consiste em aquecer o material a temperaturas abaixo do ponto de fusão do material-base, em atmosfera controlada, provocando difusões atómicas que farão com que as propriedades mecânicas da peça aproximem-se das adquiridas através de outros processos de fabricação.
Características dos produtos fabricados pela metalurgia dos pós
Peças fabricadas por metalurgia do pó possuem porosidade, um volume de pequenos vazios distribuídos uniformemente no volume total aparente. Esta porosidade típica é determinada por diversos factores como pressão de compactação, temperatura e tempo de sinterização, tamanho e forma das partículas do pó, existência de processos complementares de recompressão, etc.
Vantagens
De modo geral, a grande vantagem da metalurgia do pó e o que determina o crescimento de sua indústria é seu custo menor para a fabricação de componentes mecânicos. Vantagens técnicas associadas à sua porosidade intrínseca são técnica e comercialmente muito bem exploradas como lubrificação e filtragem, mas é seu custo menor a sua grande vantagem quando comparada a outros processos de fabricação.
Os limites da capacidade desta tecnologia em substituir outras como fundição, usinagem, estamparia, forja, etc. ainda estão longe de ser definidos e alcançados. A cada ano, novidades no campo de novos pós, prensas e fornos promovem avanços nesta tecnologia que lhe permitem continuar crescendo com vantagens económicas importantes aos clientes.
O grande consumidor de peças sintetizadas estruturais no mercado global é o sector automotivo. Cerca de 70% do volume produzido são aplicações voltadas para componentes de suspensão, motores a combustão, câmbio e motores eléctricos. A outra parte atende os mercados de componentes para ferramentas eléctricas, compressores herméticos e máquinas domésticas.




Conclusão
Com o presente pudemos concluir que: o que temos chamado de ferro no nosso dia pôs dia na verdade de ferro não se trata, mas sim de uma liga ferrosa designada por aço que pode ser de baixo, médio ou alto teor de carbono dependendo da sua resistência, pudemos notar também que a maioria dos metais usados no quotidiano apresentam-se em forma de ligas pois a maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção. Concluímos também que os aços inoxidáveis têm esta propriedade pelo facto de serem constituídas por outros metais para além do ferro e carbono.

Pudemos notar também que a indústria metalúrgica tem capital importância no mundo, visto que é graças a ela e aos seus ramos que temos a nossa disposição materiais metálicos de que necessitamos para um fim específico, pudemos também ver que na indústria metalúrgica não existe desperdício de matéria-prima visto que existe um ramo da metalurgia destinado ao reaproveitamento dos pós metálicos designada por metalurgia dos pós.    

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